Portugal em 2025: escassez recorde e mão de obra mais cara
O setor de reparação automóvel em Portugal vive uma restrição histórica de talento. O Inquérito de Conjuntura da Reparação Automóvel (ANECRA), citado pelo ZAP, indica que 74% das empresas reportam falta de pessoal especializado e que faltam entre 6 a 7 mil mecânicos no país. O mesmo inquérito aponta que o preço-hora médio de reparação subiu para 34,05 € (mais 2,49 € face ao ano anterior). ZAP Notícias
Portugal há 10 anos: níveis de preços mais baixos e assimetria regional
Em 2015, um levantamento publicado pela Revista Pós-Venda mostrava preços médios de mão de obra por distrito: por exemplo, Lisboa 30,54 €, Faro 30,57 € e Guarda 36,08 € (o valor mais alto então registado), com mínimos como São Miguel (Açores) 21,27 €. Estes números ilustram um patamar geral inferior ao preço-hora médio atual referido no inquérito de 2024/25. Revista Pós-Venda
Em síntese: em dez anos, o setor passou de uma realidade com mão de obra relativamente mais barata e dispersa por distrito para um cenário de média nacional mais elevada (34,05 €) e escassez estrutural de técnicos. ZAP NotíciasRevista Pós-Venda
Espanha hoje: falta crónica de mecânicos e preço-hora superior ao de Portugal
Em julho de 2025, a imprensa económica espanhola reportou que “Espanha precisa urgentemente de 20.000 mecânicos”, com ~42.000 oficinas a operar no país. A carência é atribuída ao envelhecimento da força de trabalho e ao baixo relevo geracional. Antena3
Quanto ao preço-hora de oficina em 2025, dados recentes compilados pelo portal profissional InfoTaller mostram médias regionais como País Basco 54,91 €/h, La Rioja 47 €/h e Madrid >45 €/h, patamares significativamente acima do valor médio apontado para Portugal. infotaller.tv
Conclusão comparativa: Portugal enfrenta escassez de 6–7 mil mecânicos e média de 34,05 €/h, enquanto Espanha, com défice estimado de 20.000 mecânicos, apresenta preços-hora frequentemente acima de 45–55 €/h nas regiões líderes. ZAP NotíciasAntena3infotaller.tv
O que isto significa para oficinas e frotas em Portugal
- Prazos e capacidade: a escassez prolonga tempos de espera e reduz a capacidade das oficinas para operações morosas (ex.: reconstruções complexas de motor). ZAP Notícias
- Custo direto: a mão de obra mais cara pressiona margens quando a reparação exige muitas horas técnicas. ZAP NotíciasRevista Pós-Venda
- Risco operacional: maior carga de trabalho e falta de pessoal qualificado aumentam a probabilidade de re-trabalhos e imobilizações mais longas (perda de faturação do cliente final/frota).
Por que, neste contexto, comprar motores novos ou reconstruídos tende a ser mais lucrativo do que “salvar” o motor antigo?
1) Menos horas de oficina em tarefas de alto risco
Substituir por motor novo ou reconstruído “pronto a montar” reduz drasticamente o número de horas especializadas necessárias para desmontagem integral, maquinações, medições e tolerâncias críticas exigidas numa reconstrução local — precisamente o elo mais pressionado pela escassez. (Contexto de preços e escassez em Portugal e Espanha acima). ZAP Notíciasinfotaller.tv
2) Prazos de entrega previsíveis e menor imobilização da viatura
Com mão de obra limitada, cada dia parado conta. Um conjunto motor pronto (novo ou reconstruído) tende a encurtar o lead time total face a um processo de reparação peça-a-peça, mitigando perdas indiretas do cliente (paragem do veículo, aluguer de viatura, perda de serviço).
3) Qualidade estabilizada e garantia centralizada
Fornecedores especializados mantêm processos industriais e controlo de qualidade consistentes, o que reduz retrabalho. A garantia fica concentrada no conjunto, simplificando a gestão pós-venda (em vez de múltiplas garantias por componentes/serviços).
Em mercados com escassez de mão de obra e preço-hora elevado, a matemática favorece soluções “turn-key”: menos horas críticas × menos risco × menos dias de imobilização = melhor TCO para o cliente profissional.
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