Introdução
Montar um motor novo ou reconstruído é um processo de alta responsabilidade técnica. E, muitas vezes, uma simples escolha errada de óleo pode comprometer todo o investimento feito na reparação.
Vamos esclarecer os pontos mais críticos para quem lida com esse cenário no dia a dia.
🔧 Como escolher o melhor óleo para um motor novo ou reconstruído?
A resposta curta: seguir sempre a norma do fabricante do motor.
Mas a realidade é mais complexa. Veja os principais fatores a considerar:
1. Especificação da marca vem em primeiro lugar
As marcas (como VW, Renault, PSA, Mercedes, etc.) homologam óleos com base em testes rigorosos de durabilidade, compatibilidade com materiais, consumo e emissões.
➡️ Mesmo em motores reconstruídos, deve-se seguir a norma da marca original (ex: VW 507.00, Renault RN17, etc.).
2. Condição do motor e uso esperado
Em motores reconstruídos com tolerâncias apertadas e peças novas, a lubrificação inicial é crítica.
➡️ O óleo precisa criar filme protetor rápido e manter a viscosidade sob temperatura elevada.
3. Evite “experimentações” com óleos alternativos
Óleo “mais grosso” nem sempre protege mais. E óleo “mais fino” nem sempre reduz o atrito.
➡️ Cada motor tem seu projeto e exige equilíbrio entre viscosidade, aditivação e compatibilidade química.
🧪 O que significa 5W30? E como isso influencia na escolha?
A sigla 5W30 é a classificação SAE da viscosidade:
- 5W: Indica fluidez em baixas temperaturas (“W” = Winter)
- 30: Indica a viscosidade a 100 °C (temperatura de trabalho do motor)
🔍 Exemplo prático:
- Um 5W30 aquece e circula mais rápido que um 10W40.
- Um 10W60 pode parecer mais “robusto”, mas pode não penetrar bem em folgas estreitas — e é totalmente desaconselhado em muitos motores modernos.
🛠️ E na rodagem? Óleo mais grosso ou mais fino?
Uma dúvida comum.
Em motores novos ou reconstruídos, o ideal é:
- Usar o óleo indicado pelo fabricante desde o início
- Evitar óleos minerais ou “mais grossos” apenas por hábito
- Respeitar os intervalos de troca precoce (1.000 km, 5.000 km, etc.)
➡️ Rodagem não é o momento de testar variações. É o momento de proteger e assentar os componentes de forma controlada.
⚠️ Erros comuns em motores reconstruídos
- Usar óleo mineral para “assentar” — em motores modernos, pode causar falhas precoces
- Ignorar as normas da marca e ir apenas pela viscosidade
- Misturar óleos de marcas ou tipos diferentes (sintético + semi-sintético, por ex.)
- Usar o mesmo óleo para rodagem e uso contínuo, sem considerar a evolução térmica e mecânica
- Não trocar o filtro nas primeiras trocas